sábado, 17 de outubro de 2009

CANÇÃO DO AMOR


Hoje posto um dos meus poemas de amor preferidos



Como hei-de segurar a minha alma para que não toque na tua?

Como hei-de elevá-la acima de ti, até outras coisas?

Ah, como gostaria de levá-la até um sítio perdido na escuridãoa té um lugar estranho e silencioso que não se agita, quando o teu coração treme.

Pois o que nos toca, a ti e a mim, isso nos une, como um arco de violino que de duas cordas solta uma só nota.

A que instrumento estamos atados?

E que violinista nos tem em suas mãos?

Oh, doce canção.


Rainer Maria Rilke

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

12 de outubro


A CRIANÇA NUNCA PERDE A CAPACIDADE DE SE SURPREENDER COM O MUNDO.

É, DE FATO, A ESPERANÇA, POIS COM A MENTE ABERTA E O CORAÇÃO LIVRE DE TODO MAL, PODE CRIAR UM MUNDO NOVO.

domingo, 11 de outubro de 2009

PRAZER DE LER


Já escreveram que um livro é uma janela para o mundo, eu creio que um livro é uma janela para a alma. Lamento que tão poucos tenham descoberto este prazer.Para estes eu digo que não desenvolveram um sentido especial de ver, ouvir, tocar e sentir o mundo pelas palavras dos autores. Pra quem descobre o prazer da leitura, livros tem cheiro, gosto, cor e tantas sensações quantas são possíveis de descrever na língua dos escritores. “Saber é poder”, como disse Francis Bacon, ler é buscar este poder .É saber-se incompleto e reconhecendo esta incompletude, admitir o não saber, como a mais alta forma de conhecimento, como diria Clarice “ Não sei de tudo, mas tenho a meu favor tudo quilo que não sei”, “Não quero saber demais ,... simplesmente saber que não sei”. Para Oscar Wilde, “Revelar a arte e encobrir o artista, e a razão de ser da arte”. A razão de ser do escritor é revelar o leitor. Um livro é um espelho, "não é uma questão de entendimento, ou toca ou não toca", parafraseando novamente a magnífica Clarice. Me perdoem os que não lêem, mas é como se vivessem sempre na superfície, sem se aprofundar, deixam de admirar e conhecer o que foi percebido sobre o mundo e as pessoas, nas experiências sensíveis de tantos autores. Ou, concordando com Platão, não-leitores, são escravos da sua própria percepção, encolhidos e amedrontados no fundo da caverna . ( Mito da caverna). Ainda segundo Wilde, “A arte reflete o espectador e não a vida”, assim como gostar ou não de um livro não é escolha, é reflexo, reconhecimento, o livro certo, no momento certo. O gosto literário é uma forma de revelar-se.
Um dos mais belos trechos sobre a arte de escrever é da maravilhosa Ruth Rocha:
“...escrever é sempre um ato de existência. Quando se escreve conta-se o que se é....A história é mais real do que qualquer explicação. A realidade do que sou está mais no que escrevo do que nas racionalizações que possa fazer.” Ler é penetrar na realidade do ser do autor, ou na fantasia, que revela nossa própria realidade. É um diálogo consigo mesmo, descobre-se mais sobre si numa boa leitura do que em anos de análise.O importante não é ler muito, mas ler sempre. Ler é exercício de inteligência, memória, reflexão, imaginação e emoção, além de ser um excelente e saudável passatempo.