quinta-feira, 14 de maio de 2009

Educação e Auto estima


Educar as crianças é papel primariamente dos pais. A escola é uma aliada no sentido de passar conhecimentos, desenvolver potencialidades e reforçar valores. Mas a educação vem de berço e sendo assim , entre a instituição de ensino e a família deve haver uma parceria produtiva e não um jogo de empurra-empurra.
Queremos que os nossos filhos tenham um aprendizado significativo e não superficial. Mas não podemos nos furtar ao nosso papel.
Queremos que sejam elogiados, porque este parecer da escola, serve de parâmetro para avaliarmos nosso papel. Porém, muitas instituições acabam padronizando os comportamentos e avaliando todos os alunos sob o mesmo prisma, o que é errôneo, pois cada ser humano é único.
Primeiro precisamos saber que existem formas de compreender, perceber e se comportar , diante do mundo próprias de cada faixa etária. Depois, há a individualidade de cada criança, seu universo particular e o modo como ela se comporta durante o aprendizado.
Na escola, ou em casa, primeiro a criança constrói suas relações sociais e afetivas, e a partir do âmbito das relações humanas, produz conhecimento, ou seja, “ se educa”.
Primeiro ocorre a percepção do outro, ou seja, a recepção de estímulos pelos órgãos sensoriais, até a atribuição de um significado a este estímulo. Por isso, ao interagir com crianças, o corpo inteiro fala, cada gesto, cada olhar, por mínimo que seja não passa desapercebido pela criança, que atribui a ele um significado que diz mais que mil palavras.O aspecto social e afetivo, é fundamental para a organização do conhecimento no nível da consciência, que é o aspecto cognitivo.
Ninguém se educa sozinho e a educação nunca é um fenômeno neutro, é sempre carregada de emoção. Impossível dissociar os domínios cognitivo, afetivo e psicomotor, que compõe a complexidade de uma criança.
Diante de situações conflitantes devemos ensinar nossos filhos a pensar independentes, valorizando sua autonomia. Porém, como uma criança precisa de valores e parâmetros, cabe a nós, os adultos, sermos os modelos.Falar menos e ser mais.Ditar menos regras, questionar e instigar, produzindo a atividade raciocinar com criticidade.
O aprendizado significativo só acontece quando passa de um simples processo de conexão entre estímulo e resposta e passa a ser um processo de relação do sujeito com o mundo externo, que influi no plano de organização interna do conhecimento.
Para ocorrer este maravilhoso fenômeno, a criança precisa estar motivada por uma auto- estima elevada, por isso ela precisa se sentir amada e valorizada para ir aperfeiçoando e organizando sua atividade mental, até o estado de equilíbrio da idade adulta. Mesmo na idade adulta, esta motivação permanece o que torna o aprendizado, um processo contínuo e a vida, uma eterna descoberta.Cada idade e cada fase, apresentarão novos desafios.
A auto estima elevada, alimentada pela afeição e cumplicidade nas relações diárias é a motivação que ela precisa para despertar a essência criativa, a curiosidade e a necessidade de aprender.
A irritação e a frustração dos adultos, durante este processo, só alimenta os maus comportamentos e as dificuldades, e deve ser substituída pela empatia e a orientação compreensiva.
Ao se sentir amada, e ter seus sentimentos e ações legitimados, a criança sente que pode seguir em frente e poderá caminhar com sucesso, o seu sucesso particular, de acordo com a sua própria medida. Ao saber que está progredindo , ela vai querer ir mais além, por isso quem verdadeiramente aprende, mais quer aprender.

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