domingo, 26 de outubro de 2008

O Pequeno Príncipe


Pelo menos uma vez por semana Rafael, traz a caixinha de madeira, cheia de livros infantis, para fazermos nossa sessão de leitura.

As vezes, sou eu quem lê para eles as histórias, outras vezes, é ele quem me conta,as histórias que vai "lendo", interpretando as ilustrações dos livros.Tem apenas 3 anos.

Com toda calma ele pega um livro e começa a "ler."

"Era uma vez um sapinho que estava chorando".Diz ele, concentrado.

Coincidentemente, eu noto que o texto narra a história de uma rãzinha triste que foi tentar a vida na cidade.

Então eu pergunto a ele, como sabe que o sapo estava chorando.

Certa que ele iria responder que era por causa da expressão triste da ilustração da rã.

Mas, para minha surpresa, ele responde:

É porque ele está sozinho, mãe. Ele ta triste, porque ta sozinho.


Neste instante, me lembro do trecho da belíssima história de Saint - Exupery, O Pequeno Príncipe: O essencial é invisível aos olhos.

Meu pequeno príncipe, do alto dos seus 3 anos(e meio), leu a cena com a perspicácia que nenhum adulto teria.Ele olhou para ela com seus olhos infantis, e não foi nenhum elemento da ilustração que o fez chegar a sua brilhante conclusão e sim a ausência de qualquer outro personagem que fizesse companhia a rã tristonha.


As crianças vêem , realmente além das aparências, e por isso vêem muito melhor do que nos.

Elas vêem a essência das coisas.

Como eu queria poder olhar o mundo e as pessoas com a pureza e a verdade de uma criança.



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