Pelo menos uma vez por semana Rafael, traz a caixinha de madeira, cheia de livros infantis, para fazermos nossa sessão de leitura.
As vezes, sou eu quem lê para eles as histórias, outras vezes, é ele quem me conta,as histórias que vai "lendo", interpretando as ilustrações dos livros.Tem apenas 3 anos.
Com toda calma ele pega um livro e começa a "ler."
"Era uma vez um sapinho que estava chorando".Diz ele, concentrado.
Coincidentemente, eu noto que o texto narra a história de uma rãzinha triste que foi tentar a vida na cidade.
Então eu pergunto a ele, como sabe que o sapo estava chorando.
Certa que ele iria responder que era por causa da expressão triste da ilustração da rã.
Mas, para minha surpresa, ele responde:
É porque ele está sozinho, mãe. Ele ta triste, porque ta sozinho.
Neste instante, me lembro do trecho da belíssima história de Saint - Exupery, O Pequeno Príncipe: O essencial é invisível aos olhos.
Meu pequeno príncipe, do alto dos seus 3 anos(e meio), leu a cena com a perspicácia que nenhum adulto teria.Ele olhou para ela com seus olhos infantis, e não foi nenhum elemento da ilustração que o fez chegar a sua brilhante conclusão e sim a ausência de qualquer outro personagem que fizesse companhia a rã tristonha.
As crianças vêem , realmente além das aparências, e por isso vêem muito melhor do que nos.
Elas vêem a essência das coisas.
Como eu queria poder olhar o mundo e as pessoas com a pureza e a verdade de uma criança.
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